Em uma cena de desespero registrada por câmeras de segurança, militares aplicam a Manobra de Heimlich e devolvem a respiração a uma pequena ...
Em uma cena de desespero registrada por câmeras de segurança, militares aplicam a Manobra de Heimlich e devolvem a respiração a uma pequena bebê, transformando um posto de combustível no palco de um ato heroico.
Por Jardel Cassimiro, para a Revista Correio 101
Os minutos que se desenrolaram em um posto de combustíveis de Arapiraca, na madrugada da última terça-feira (14), transcendem a rotina de um patrulhamento comum. Tornaram-se um testemunho da linha tênue entre a vida e a morte, e da importância do preparo e da calma em meio ao caos. A ação precisa de policiais militares, capturada pelas lentes frias de uma câmera de segurança, resultou no salvamento de uma recém-nascida que havia se engasgado e já não conseguia respirar, um evento que gerou uma onda de comoção e gratidão nas redes sociais.
De acordo com o relato da Polícia Militar, o cenário inicial era de pura normalidade. A guarnição realizava um procedimento corriqueiro: abastecer a viatura para seguir com o patrulhamento noturno. Foi nesse instante que a rotina foi abruptamente interrompida pela chegada de uma motocicleta, conduzida por uma mãe em estado de pânico. Em seus braços, uma criança recém-nascida, inerte e em perigo iminente.
Desesperada, a mulher informou aos militares que sua filha estava engasgada e sem conseguir respirar. O sinal mais alarmante, no entanto, era visível: a pele da pequena já começava a adquirir uma tonalidade arroxeada, um indicativo claro e perigoso da severa falta de oxigênio. Não havia tempo a perder.
As imagens do circuito de segurança são eloquentes. Sem hesitar um segundo, um dos policiais pegou a bebê nos braços e, com uma técnica precisa e segura, iniciou a Manobra de Heimlich, um procedimento de primeiros socorros desenhado para desobstruir as vias aéreas. Por pouco mais de trinta segundos — um tempo que para a mãe deve ter parecido uma eternidade —, o militar executou os movimentos que separavam a esperança da tragédia. A tensão deu lugar ao alívio quando a criança expeliu o que a sufocava e voltou a respirar.
Cumprido o ato heroico, o dever dos policiais não terminou. Cientes da necessidade de uma avaliação médica completa, eles prontamente conduziram a mãe e a recém-nascida até uma unidade de emergência do município. No hospital, após exames e observação, a equipe médica confirmou o que todos esperavam: a bebê estava bem e fora de perigo.
O episódio em Arapiraca é um poderoso lembrete de que, sob a farda, pulsam corações preparados não apenas para o combate ao crime, mas também para a preservação da vida em suas formas mais frágeis. Em uma madrugada que poderia ter terminado em luto, a ação rápida e o conhecimento técnico de uma equipe policial transformaram um posto de combustível no cenário de um recomeço.
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